http://www.aquecerio.com/competicoes/regata-internacional-de-vela-2014
A promessa que o governo brasileiro fez ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para termos o direito a uma Olimpíada por aqui, era a de despoluir a Baía de Guanabara, não completa e totalmente, mas 80% dela. Durante estes eventos, os atletas reclamaram da qualidade da água, enquanto os representantes dos governos (federal, estadual e municipal) afirmavam que a limpeza da Baía estava próxima a 50%. Nossos atletas descreveram a presença de colchões e de sofás flutuantes além de corpos enquanto treinavam ou competiam nas águas. No caso dos atletas e dos para-atletas alemães que vieram, a descrição da qualidade da água e do entorno que eles escreveram no blog deles é bem pouco elogiosa: Na verdade, a água da Baía é muito mais suja do que qualquer coisa que conhecemos da Europa. Às margens há montanhas de lixo e tem dias em que, depois da chuva, a cor da água fica tingida de marrom escura. Além disso, ela fede em todos os lugares ... Aqueles foram os não tão belos momentos da nossa estadia no Rio de Janeiro.
A ocupação da Baía de Guanabara data de bem antes do descobrimento, pelo menos dois mil anos antes, pelos índios. Assim como muita gente, eu também gostaria de ter uma oca naquele lindo pedaço de terra. Sendo por isso mesmo hoje, densamente povoada.
Esta baía passou por algumas tentativas de sanear as águas, o projeto que contou com o maior volume de recurso financeiro começou na década de 90, desenvolvido em conjunto com o governo japonês, e foram gastos US$ 1,16 bilhão. O nome deste projeto é Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) e o governo do Japão foi escolhido como parceiro, além da facilidade de financiamento do dinheiro envolvido também pelo sucesso na despoluição da Baia de Tóquio.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/falta-vontade-politica-para-despoluir-a-baia-da-guanabara-diz-um-dos-principais-biologos-do-brasil/
Muitas foram as razões para que este projeto não obtivesse o sucesso esperado, o Tribunal de Contas do Rio entrou na história para entender como foi gasto mais de 80% do dinheiro e as águas não apresentam sinais de melhora. A lista enumera: os atrasos sucessivos nas obras foram devido a falhas no projeto conceitual, no planejamento, atrasos na liberação de verbas estaduais que era a contra-partida e por isso acarretou a não liberação de verbas e o pagamento de juros pelo dinheiro já disponível na conta do projeto, pendências e falta de coordenação dos municípios envolvidos, além de falta de transparência e de regulamentação apropriada para a execução da obra que envolveu várias cidades.
Hoje, os problemas enfrentados são os mesmos deste projeto, com uma piora relacionada tanto ao aumento da população do entorno quanto ao aumento dos resíduos sólidos urbanos gerados por pessoa por dia proporcionado pelo aumento da renda percapta e do modo de vida mais consumista.
Assim como os biólogos e as associações e ONGs envolvidos nessa tema querem entender como será desenvolvido o projeto de despoluição (transparência no processo) e mesmo assim, eles não acreditam que em 2 anos será possível limpar toda esta região carioca. Se você quiser apoiar essas ações há um link no final do texto.
A área terrestre vizinha acomoda 16 cidades, a estimativa é de que 1/3 da população more em comunidades com tratamento de esgotos e 1/3 em áreas com baixo índice de saneamento.
A Baia de Guanabara recebe as águas de pelo menos 20 rios que atravessam ou margeiam esses municípios despejando água em um fluxo de 200 mil litros por segundo. Os esgotos, sem tratamento nenhum, vão das casas poluir a baia numa vazão de 10 mil litros por segundo.
Esses 20 rios principais levam água contaminada por esgotos e mais o resíduo sólido urbano carreado, nosso lixo doméstico, depositado pela população nas margens dos rios e córregos, até a Baia da Guanabara. Os resíduos gerados pelas indústrias é de muito mais fácil controle e fiscalização, o lixo urbano gerado sem coleta é o maior problema.
Uma solução adotada para limpar a superfície das águas é o uso de ecobarreiras. Na imagem abaixo da pra entender como funciona. Todo lixo flutuante levado pelas correntes e pelos ventos é represado e depois recolhido. Assim, ao invés de recolher o lixo das casas da população, o que se faz é recolher aquele que flutua nos rios.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/ecobarreiras-despoluicao-rios-projeto-rio-ama-491290.shtml
Uma corda com elementos flutuantes fixados nela (podem ser garrafas de PET) bloqueiam a passagem do lixo que boia. Depois esses resíduos são retirados, neste caso por retroescavadeiras, e o material reciclavel é separado e vendido.
Sem resistir ao trocadilho, o projeto de despoluição, com financiamento japonês ficou tão sujo no meio bancário, que os novos projetos que visam despoluir a baia tiveram que trocar o nome. O atual se chama Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM).
Na copa do mundo que tivemos, uma das promessas era de termos conexão para internet com capacidade 4G. Isso, num entendimento sem jogo de palavras, significa que, num estádio com 60 mil pessoas, mais a imprensa internacional, todos deveriam ter acesso a esse fluxo de informações. Parece simples, e deveria ser, sem enganação, mas não foi isso que aconteceu.
A limpeza da linda Baia de Guanabara é de longe muito mais importante do que uma selfie mandada rapidamente durante um jogo de futebol. A esperança é que aqui não se faça o mesmo, que a tapeação não ocorra e que, os 80% de limpeza não se confunda com uma melhoria de 80% do que já está lá, ou qualquer frase que se possa construir e colocar os 80%.
Faço coro com as pessoas e os grupos envolvidos diretamente e espero que o projeto saia rápido e sem problemas e que Ela fique limpa e clara novamente, isso nem de longe é a cegueira de certos grupos que olham para o sujo e dizem que está limpo!
Algumas informações tiveram vários dados diferentes, como a vazão dos esgotos a partir das cidades do entorno que variam entre 10 a 15 mil litros por segundos, o total de dinheiro que veio do projeto japonês variou entre 800 milhões e 1,2 bilhão, o numero de cidades que tem rios que as cortam e que esses rios desaguam na Baia da Guanabara passeou entre 14 e 18, o mesmo vale para o numero de rios exatos que terminam seus trajetos na baia, há desde corregos pequenos até rios maiores e o numero varia. A palavra despoluir significa tirar a poluição, o que na baia da Guanabara seria apenas limpar as águas e dragar o fundo da baia, mas há um conceito mais amplo que não está nos dicionários e que é utilizado neste texto, que é o de evitar a poluição futura.
As fotografias aparecem sem o nome do fotógrafo pois estes também não estavam no texto original, aos meus amigos fotógrafos minhas desculpas.
referencias
texto PROJETO ECOBARREIRA: SOLUÇÃO PARA O LIXO FLUTUANTE PRESENTE NOS ESTUÁRIOS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO? autores Franz, B.1; Freitas, M.A.F.2
http://rio.sailing-team-germany.de/page/2/
para quem quiser assinar abaixo assinado entre no site abaixo
http://baialimpa.com.br/#.Uz9FdR23pkA.facebook , sobre a transparencia no processo atual de limpeza da Baia
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140520_rio_guanabara_poluicao_jp.shtml
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/ecobarreiras-despoluicao-rios-projeto-rio-ama-491290.shtml
http://www.globalgarbage.org.br/portal/tag/ecobarreiras/
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2013/08/31/despoluicao-da-baia-de-guanabara-esbarra-no-abandono-das-comunidades
A promessa que o governo brasileiro fez ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para termos o direito a uma Olimpíada por aqui, era a de despoluir a Baía de Guanabara, não completa e totalmente, mas 80% dela. Durante estes eventos, os atletas reclamaram da qualidade da água, enquanto os representantes dos governos (federal, estadual e municipal) afirmavam que a limpeza da Baía estava próxima a 50%. Nossos atletas descreveram a presença de colchões e de sofás flutuantes além de corpos enquanto treinavam ou competiam nas águas. No caso dos atletas e dos para-atletas alemães que vieram, a descrição da qualidade da água e do entorno que eles escreveram no blog deles é bem pouco elogiosa: Na verdade, a água da Baía é muito mais suja do que qualquer coisa que conhecemos da Europa. Às margens há montanhas de lixo e tem dias em que, depois da chuva, a cor da água fica tingida de marrom escura. Além disso, ela fede em todos os lugares ... Aqueles foram os não tão belos momentos da nossa estadia no Rio de Janeiro.
A ocupação da Baía de Guanabara data de bem antes do descobrimento, pelo menos dois mil anos antes, pelos índios. Assim como muita gente, eu também gostaria de ter uma oca naquele lindo pedaço de terra. Sendo por isso mesmo hoje, densamente povoada.
Esta baía passou por algumas tentativas de sanear as águas, o projeto que contou com o maior volume de recurso financeiro começou na década de 90, desenvolvido em conjunto com o governo japonês, e foram gastos US$ 1,16 bilhão. O nome deste projeto é Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) e o governo do Japão foi escolhido como parceiro, além da facilidade de financiamento do dinheiro envolvido também pelo sucesso na despoluição da Baia de Tóquio.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/falta-vontade-politica-para-despoluir-a-baia-da-guanabara-diz-um-dos-principais-biologos-do-brasil/
Muitas foram as razões para que este projeto não obtivesse o sucesso esperado, o Tribunal de Contas do Rio entrou na história para entender como foi gasto mais de 80% do dinheiro e as águas não apresentam sinais de melhora. A lista enumera: os atrasos sucessivos nas obras foram devido a falhas no projeto conceitual, no planejamento, atrasos na liberação de verbas estaduais que era a contra-partida e por isso acarretou a não liberação de verbas e o pagamento de juros pelo dinheiro já disponível na conta do projeto, pendências e falta de coordenação dos municípios envolvidos, além de falta de transparência e de regulamentação apropriada para a execução da obra que envolveu várias cidades.
Hoje, os problemas enfrentados são os mesmos deste projeto, com uma piora relacionada tanto ao aumento da população do entorno quanto ao aumento dos resíduos sólidos urbanos gerados por pessoa por dia proporcionado pelo aumento da renda percapta e do modo de vida mais consumista.
Assim como os biólogos e as associações e ONGs envolvidos nessa tema querem entender como será desenvolvido o projeto de despoluição (transparência no processo) e mesmo assim, eles não acreditam que em 2 anos será possível limpar toda esta região carioca. Se você quiser apoiar essas ações há um link no final do texto.
A área terrestre vizinha acomoda 16 cidades, a estimativa é de que 1/3 da população more em comunidades com tratamento de esgotos e 1/3 em áreas com baixo índice de saneamento.
A Baia de Guanabara recebe as águas de pelo menos 20 rios que atravessam ou margeiam esses municípios despejando água em um fluxo de 200 mil litros por segundo. Os esgotos, sem tratamento nenhum, vão das casas poluir a baia numa vazão de 10 mil litros por segundo.
Esses 20 rios principais levam água contaminada por esgotos e mais o resíduo sólido urbano carreado, nosso lixo doméstico, depositado pela população nas margens dos rios e córregos, até a Baia da Guanabara. Os resíduos gerados pelas indústrias é de muito mais fácil controle e fiscalização, o lixo urbano gerado sem coleta é o maior problema.
Uma solução adotada para limpar a superfície das águas é o uso de ecobarreiras. Na imagem abaixo da pra entender como funciona. Todo lixo flutuante levado pelas correntes e pelos ventos é represado e depois recolhido. Assim, ao invés de recolher o lixo das casas da população, o que se faz é recolher aquele que flutua nos rios.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/ecobarreiras-despoluicao-rios-projeto-rio-ama-491290.shtml
Uma corda com elementos flutuantes fixados nela (podem ser garrafas de PET) bloqueiam a passagem do lixo que boia. Depois esses resíduos são retirados, neste caso por retroescavadeiras, e o material reciclavel é separado e vendido.
Sem resistir ao trocadilho, o projeto de despoluição, com financiamento japonês ficou tão sujo no meio bancário, que os novos projetos que visam despoluir a baia tiveram que trocar o nome. O atual se chama Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM).
Na copa do mundo que tivemos, uma das promessas era de termos conexão para internet com capacidade 4G. Isso, num entendimento sem jogo de palavras, significa que, num estádio com 60 mil pessoas, mais a imprensa internacional, todos deveriam ter acesso a esse fluxo de informações. Parece simples, e deveria ser, sem enganação, mas não foi isso que aconteceu.
A limpeza da linda Baia de Guanabara é de longe muito mais importante do que uma selfie mandada rapidamente durante um jogo de futebol. A esperança é que aqui não se faça o mesmo, que a tapeação não ocorra e que, os 80% de limpeza não se confunda com uma melhoria de 80% do que já está lá, ou qualquer frase que se possa construir e colocar os 80%.
Faço coro com as pessoas e os grupos envolvidos diretamente e espero que o projeto saia rápido e sem problemas e que Ela fique limpa e clara novamente, isso nem de longe é a cegueira de certos grupos que olham para o sujo e dizem que está limpo!
Algumas informações tiveram vários dados diferentes, como a vazão dos esgotos a partir das cidades do entorno que variam entre 10 a 15 mil litros por segundos, o total de dinheiro que veio do projeto japonês variou entre 800 milhões e 1,2 bilhão, o numero de cidades que tem rios que as cortam e que esses rios desaguam na Baia da Guanabara passeou entre 14 e 18, o mesmo vale para o numero de rios exatos que terminam seus trajetos na baia, há desde corregos pequenos até rios maiores e o numero varia. A palavra despoluir significa tirar a poluição, o que na baia da Guanabara seria apenas limpar as águas e dragar o fundo da baia, mas há um conceito mais amplo que não está nos dicionários e que é utilizado neste texto, que é o de evitar a poluição futura.
As fotografias aparecem sem o nome do fotógrafo pois estes também não estavam no texto original, aos meus amigos fotógrafos minhas desculpas.
referencias
texto PROJETO ECOBARREIRA: SOLUÇÃO PARA O LIXO FLUTUANTE PRESENTE NOS ESTUÁRIOS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO? autores Franz, B.1; Freitas, M.A.F.2
1,2 – Programa de Pós-Graduação em Planejamento Energético (PPE/COPPE) e Instituto Virtual Internacional de Mudanças
Globais (IVIG/COPPE) - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Texto
Nossos Rios do Instituto Baia de Guanabara, maio 2002 http://rio.sailing-team-germany.de/page/2/
para quem quiser assinar abaixo assinado entre no site abaixo
http://baialimpa.com.br/#.Uz9FdR23pkA.facebook , sobre a transparencia no processo atual de limpeza da Baia
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140520_rio_guanabara_poluicao_jp.shtml
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/ecobarreiras-despoluicao-rios-projeto-rio-ama-491290.shtml
http://www.globalgarbage.org.br/portal/tag/ecobarreiras/
http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/despoluicao-da-baia-de-guanabara-pode-demorar-20-anos-diz-ministra-do-meio-ambiente-12698824
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2014/04/09/atrasos-comprometem-mais-uma-vez-despoluicao-da-baia-de-guanabara/09/04 às 16h00 - Atualizada em 09/04 às 16h16
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,em-20-anos-despoluicao-da-baia-de-guanabara-vira-esgoto-imp-,851258
Felipe Carneiro
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