Quando se faz um projeto de engenharia, e pode ser uma casa, uma estrada ou uma fábrica uma das preocupações que se tem em mente é a de estimar a quantidade de água de chuva que atingirá a área deste projeto.
Em um projeto de uma casa deve-se saber, ou pelo menos estimar, qual o maior volume de chuva que cairá em um determinado período de tempo, assim pode-se calcular as calhas que farão o encaminhamento da água a partir do telhado para o sistema de coleta de águas pluviais. Em uma estrada esse conhecimento é importante para minimizar ou não permitir que enchentes e inundações a danifiquem. Em projeto de uma fábrica onde, por exemplo, haja uma área reservada para armazenamento de rejeitos, hoje também chamados de co-produtos, é primordial ter o conhecimento de que a contenção que foi pensada para esses resíduos resista a chuva de maior intensidade.
Através de tempo tem-se guardado dados relativos a precipitação das chuvas. O serviço meteorológico faz isso, e por regiões. De maneira a se ter registrado historicamente dados referentes a pluviometria e a chuva de maior intensidade. A chuva com período de recorrência de 100 anos.
Para isso, não se leva em consideração se ele está localizado em uma região árida ou alguma estação do ano em particular. Se considera apenas a maior quantidade de chuva em um determinado período de tempo. Este valor é chamado de chuva com período de recorrência de 100 anos. No Brasil o valor médio é de 240 mm/hora. Para valores mais precisos e mais informações há a norma NBR 10.844.
Dessa forma, se faz um projeto pensando no caso mais intenso de chuvas, visando a a sua segurança e durabilidade, onde o período de recorrência refere-se ao espaço de tempo em anos onde provavelmente ocorrerá um fenômeno de grande magnitude pelo menos uma vez(http://www.ceset.unicamp.br/~hiroshiy/ST%20-%20306/Manual_Hidrologia.pdf).
Esta semana o teto da Arena Fonte Nova, na Bahia, rompeu. Uma das membranas que recobre o estádio cedeu, parece que foi que foi outra a causa, e não um erro na estimativa da chuva.
http://globoesporte.globo.com/ba/noticia/2013/05/fotos-veja-imagens-do-rompimento-da-cobertura-da-arena-fonte-nova.html
Nos Estados Unidos existe uma época ou uma temporada de tornados. Nos Estados mais ao sul este período fica concentrado entre março e maio. Na região de planícies, na parte central, os tornados aparecem entre maio e junho. Na região do golfo do México ocorrem na primavera, ou seja no outono segundo o nosso calendário. Só este ano mais de 200 tornados já foram registrados por lá.
Na semana passada um tornado gigante de mais de 1 quilômetro de largura matou pelo menos 90 pessoas em Oklahoma.
Desde a década de 90 tem-se tentado associar os fenômenos climáticos mais severos tais como chuvas intensas, fortes furacões e secas duradouras as mudanças climáticas provocadas pela ação do homem.
No caso do tornado de Oklahoma essa tendência também se confirmou, alguns meios de comunicação tentaram correlacionar a intensidade deste fenômeno como resultado das ações do homem.
Infelizmente, essa associação não é exata, pelo menos não por enquanto. Para que pudéssemos aceitar isso, mais dados e por muito mais tempo devem ser coletados e analisados, de maneira semelhante a que é feita com os dados das chuvas. Ou seja, apenas se pudéssemos observar que a intensidade dos tornados aumentou ao longo de um período de tempo relativamente grande, anos, então se poderá confirmar a correlação entre as emissões geradas pelo homem e essa mudança climática.
Assim como as chuvas aqui no Brasil, os tornados nos Estados Unidos são fenômenos meteorológicos cotidianos e esperados. Este que ocorreu agora pode ter sido mais forte e mais duradouro mas apenas essas informações não permitem a associação segura com, por exemplo, as emissões de CO2 geradas por máquinas e motores.