terça-feira, 12 de novembro de 2013

Deepwater Horizon e o pré-sal

No dia 20 de abril de 2010 a plataforma marítima de exploração Deepwater Horizon, situada no Golfo do México, da companhia petrolífera inglesa British Petroleum (BP) teve uma das suas tubulações rompida. Começou um vazamento de petróleo, considerado o maior acidente marinho relacionado a petróleo da história. Durou exatos 5 meses.
 Uma comissão da Casa Branca identificou como causas do acidente, que levou a vida de 11 pessoas que trabalhavam na plataforma: a sistemática de corte de custos e critérios de segurança insuficientes, além desses foram consideradas causas sistêmicas como a falta de revisões constantes nas práticas de segurança e também nas próprias normas governamentais. 
 A agência de proteção ambiental americana, a CETESB deles, conhecida como EPA baniu temporariamente a BP  de novos trabalhos no território americano. 
Na área econômica a conta por tudo isso deve sair cara. A multa será uma relação entre a quantidade de petróleo que jorrou do poço ao longo dos 5 meses, na casa dos milhões, versus um valor referente a negligência da operação durante a perfuração e também por emitirem relatórios que minimizavam os efeitos do vazamento, da ordem de milhares de dólares. Se falássemos em espanhol essa multiplicação (milhares de milhões) já teríamos um número formado, e esse número seria o bilhão. A BP e seus parceiros comercias estão para pagar entre 4 e 18 bilhões de dólares.  
A plataforma  da BP que perfurava, estava a 66 km de distância da costa da Louisiana, a uma profundidade de 1600m e fazia um poço de 10,6 km de profundidade.
A foto mostra o petróleo sendo despejado nas águas do Golfo do México.

Quando o continente americano se separou do africano formou-se no fundo do oceano Atlântico uma camada de material orgânico que, alguns milhões de anos depois formaria o reserva de petróleo que conhecemos como Pré-sal. Se chama de pré-sal pois se formou antes de uma camada de sal e por isso o pré. Este estrato de sal (que pode ser NaCl, KCl...) associado a petróleo, não é uma formação rara, existindo também na Argentina no Estado de que produz ótimos vinhos, Mendoza. Nessa área, o petróleo se apresenta menos  volumoso e o sal, cloreto de potássio, se transforma no negócio final para a produção de fertilizantes.
 O pré-sal é uma camada que fica situada em águas profundas. Neste caso, a distância entre a superfície da água e o leito do oceano varia entre 1 e 2km e abaixo deste leito descendo até 6km a uma distância de até 300km da costa. 
Esse campo se estende desde Santa Catarina até o Espírito Santo. A imagem ilustra como onde está o petróleo.

No leilão do campo de LIbra foi vencedor um consórcio entre a Petrobras, a Shell, a Total e as chinesas CNPC e CNOOC, com o lance mínimo necessário para levar, de 41,67%, como a Petrobras detinha 40%, matematicamente 81,67% do petróleo é nacional.

O leilão foi realizado e não havia um plano de contingência, também chamado de PNC (plano nacional de contingência), para casos de emergência de vazamentos. Nesses casos quem será chamado primeiro? a Marinha?, o Ibama? o que cada um deverá fazer?Esse pessoal todo deverá ficar lotado onde? E o consórcio vencedor fará o que? E, como vivemos em um país capitalista, quem pagará a conta e como? Interessante que esse custo não deve ter sido levado em conta, já que não se sabia o que seria pedido!

Por que tanta preocupação com a possibilidade de falha dos materiais e dos equipamentos? Porque eles estão sujeitos a condições de trabalho adversas. O poço pode chegar a até 20 km de profundidade, e as temperaturas serão por volta de 150oC e pressões 400 vezes maiores do que a atmosférica ( aquela que nos rodeia), há gases ácidos como o H2S o que dificulta a vida dos materiais metálicos nessas condições e claro, um oceano aberto, sem quebra ondas para proteger a plataforma.
No nosso caso as plataformas estarão muito mais distantes da terra (até 300 km) do que no caso da BP. Isso fará com que cada viagem até a plataforma demore mais, não da para ir de avião pois não haveria onde pousar. E no nosso caso os poços serão mais profundos.
Não há vertente política ou de ideologia nessa crítica, apenas comento a falta de capacidade mesmo.

http://www.theguardian.com/environment/2013/sep/30/bp-gulf-oil-spill-negligence-fines
http://www.bp.com/en/global/corporate/gulf-of-mexico-restoration/deepwater-horizon-accident-and-response/containing-the-leak.html
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/10/23/apos-leilao-plano-ambiental
http://jornalggn.com.br/noticia/as-criticas-ao-leilao-do-campo-de-libra
http://www.petrobras.com.br/pt/energia%2De%2Dtecnologia/fontes%2Dde%2Denergia/petroleo/presal/
http://oglobo.globo.com/economia/diretora-da-anp-minimiza-falta-de-plano-de-contingencia-10448675
 http://www.coppe.ufrj.br/pdf_revista/coppe_pre-sal.pdf

os da perf

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nós, a Mudança de Clima e sir Nicholas

De tempos em tempos um órgão da ONU chamado UNEP (algo como Programa para o Meio Ambiente da ONU http://www.unep.org) lança um relatório sobre as mudanças climáticas que estão ocorrendo e que irão ocorrer na Terra durante este século. Conforme o tempo vai atravessando estes primeiros 100 anos do novo milênio, maior a certeza no que se refere a mudanças.
                                        NatGeo june 2011 - foto Greg Girard
O relatório finalizado em setembro é o quinto da série. É um documento feito com a colaboração de 259 cientistas de 39 países, o Brasil inclusive, com mais de 54.000 comentários. Como ainda há incertezas e interesses envolvidos, esse relatório foi emitido com o curioso comentário "aceito mas não aprovado em detalhes".
Como todo documento científico que se preze ele começa descrevendo e quantificando algumas expressões que serão utilizadas ao longo do texto, assim praticamente certo significa uma certeza entre 99 a 100%,  muito provavelmente quer dizer uma certeza entre 90 a 100% e por assim vai. De maneira a deixar o leitor menos concentrado em números e mais no texto mas sem perder a matemática e a precisão da coisa.

O texto se baseia nos trabalhos científicos de pesquisadores que mediram eventos unitários tais como: medida da temperatura da superfície das águas, da variação temperatura ao longo dos dias, da quantidade de emissões feita pela homem na atmosfera, da quantidade de calor trocada ao longo do ano pelos mares, quantidade e intensidade de tufões, quantidade de ondas de calor, mudança no nível dos oceanos.  São mais de 2.200 páginas com gráficos, textos, tabelas e anexos, que são explicados de maneira didática(como deve ser) para que as pessoas possam acompanhar sem sustos por estar fora da sua área de conhecimento específico.

Alguns dos resultados, os mais interessantes,  previstos para o final deste século são mostrados abaixo:

Fenômeno ou                                                 Prognóstico
Direção da Tendência

Dias/noites de calor ou                                  Praticamente certo entre 99 e 100% certeza
de pouco frio em áreas terrestres 

Chuvas de elevada precipitação                    Muito Provavelmente, entre 90 e 100% certeza
Aumento na frequencia e na intensidade

Aumento da Incidência ou da magni             Muito Provavelmente, entre 90 e 100% certeza
no nível mais elevado dos mares 
                                          NatGeo june 2010 - foto James Balog
A influência humana está detectada no que se refere ao aquecimento da atmosfera e dos oceanos, com mudanças no ciclo da água e na redução das porções de neve e de gelo (como mostrado na foto acima da Groenlandia). 
Todas as mudanças que ocorrerão não serão uniformes, dai a razão de se falar em Mudanças Climáticas e não simplesmente em Aquecimento Global.

De maneira unificada e organizada a UNO também gerou um relatório sobre o Desenvolvimento Humano neste ano. Várias surpresas apareceram neste documento, uma delas, a que nomeia o relatório é o grande avanço no que se refere ao desenvolvimento humano da região sul do planeta, a outra é a influência do clima no bem estar das pessoas (http://hdr.undp.org/hdr4press/press/report/index.html). O que foi demonstrado é que o clima ou as Mudanças Climáticas afetam a todos, mas principalmente as comunidades e os países mais pobres antes. Há um breve texto publicado no The New York Times (http://rendezvous.blogs.nytimes.com/2013/03/18/environmental-woes-cloud-reverse-global-development/? r=0) bem bacana sobre esse assunto.

Mas, dos textos que tratam sobre a influência do clima nas pessoas o meu predileto é o do economista inglês Nicholas Stern (http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/2013012911040/http://www.hm-treasury.gov.uk/stern_review_report.htm). Nele, sir Nicholas descreve como as mudanças climáticas afetarão a economia mundial nas próximas décadas. Segundo ele, quando houver um aumento da temperatura e se você trabalhar em um escritório, basta você se encaminhar até o controle de temperatura do sistema de ar-condicionado e baixar a temperatura. Porém, para aqueles que vivem da agricultura, ou da pesca restrita a pequenas regiões, esses serão afetados bruscamente e não terão ferramentas para contornar tal efeito.

E como nós podemos ajudar? há várias maneiras todas muito simples, desligue sempre a luz quando você sair, se você for de carro até o trabalho chegue apenas perto, vá andando o resto do caminho. Para o meio ambiente menos e mais, compre menos!





quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Greenpeace, Ana Paula Maciel e a Gazprom

A maior empresa de gás natural do mundo é russa e se chama Gazprom. Uma de suas maiores consumidoras e sem dúvida a mais importante delas é a Europa. Da matriz energética européia o gás natural ocupa a segunda posição atrás apenas do óleo combustível.

A Gazprom irá extrair gás na área do Círculo Polar Ártico por meio de uma plataforma marítima (offshore). Diferentemente da Antártica, que é considerada um bem mundial e onde se pode fazer pesquisa mas não extrair comercialmente nada, o Ártico ainda é motivo de controvérsias territoriais e econômicas, principalmente porque possui reservas de gás e de petróleo.

O Greenpeace com o intuito de chamar a atenção do mundo para a construção dessa plataforma marítima numa área ainda pouco explorada articulou dois protestos nos últimos tempos.

Um desses protestos ocorreu em um jogo de futebol. As partidas da  UEFA Champions League são televisionadas e assistidas em todo o mundo, na final deste ano teve uma  audiência de mais de 150 milhões de pessoas, e foi transmitida para 200 países. Um ótimo lugar para um comunicado global. Os ativistas do Greenpeace penduraram uma faixa no teto do estádio. Durante o jogo de uma equipe que é patrocinada pela Gazprom, o time alemão Schalke 04, a faixa desceu e o árbitro teve que paralisar a partida por 5 minutos.
Num outro protesto, esse mais arriscado e cinematográfico, um grupo do Greenpeace abordou a plataforma da Gazprom no círculo polar ártico. Na foto abaixo, tirada em um barco que se aproximava da plataforma, uma bandeira amarela é segurada dando a sensação que uma plástico cobria toda a estrutura. Na abordagem foram colocadas faixas de protestos na plataforma.
Como conseqüência deste segundo ato o governo russo prendeu 30 ambientalistas que participaram da sua organização. São pessoas de várias nacionalidades inclusive a bióloga brasileira Ana Paula Maciel. Foram presos na cidade russa de Murmansk sob a acusação de pirataria. 

Segundo o dicionário Aurélio pirataria: dir assalto criminoso, no alto-mar ou na costa, praticado pela tripulação ou passageiros de um navio armado, de existência clandestina, contra um outro navio, para se apoderar da sua carga, bens, equipagem ou passageiros. Por essa definição, nada do que foi feito pelos ativistas passa perto de ser incluído na categoria de pirataria.
Se fosse possível roubar uma plataforma inteira, até o primeiro satélite produzido pelo homem, o Sputinik, seria capaz de encontra-lo! 

Os protestos organizados pelo Greenpeace atingiram os seus objetivos, as duas imagens, a da faixa pendurada em um estádio e a da plataforma cruzaram o mundo. Os jornais publicaram as histórias e as pessoas foram tocadas.

No Brasil, quando ocorrem protestos, caixas de correio são arrancadas, vitrines são quebradas, ocorrem saques em lojas e roubos de agências bancárias.  Essas manifestações, dessa maneira, são muito mais atos de pirataria e de bucaneiros  do que aquele do Greenpeace.

http://greenpeaceblogs.org/wp-content/uploads/2012/12/Save-the-Arctic-Gazprom.jpg
http://www1.pt.uefa.com/uefachampionsleague/index.html
http://www.gazprom.com/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/russia-acusa-formalmente-brasileira-de-pirataria.html

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Solar Impulse

O capitão James Tiberius Kirk comandava a nave USS Enterprise. Duas séries depois Jean-Luc Picard comandou a  USS Enterprise D. Esses camaradas, acertando o tempo verbal, irão desbravar o universo dentro de alguns séculos. Vão conhecer novos planetas e diferentes civilizações. 
Os exploradores, ao longo da história do homem, já buscaram os lugares mais altos, mais profundos e no mais gelado dos pólos na Terra. Hoje, quase todos os cantos do mundo já foram desbravados. Começa agora novos modos e meios de se alcançarem essas metas.

Em julho foi atingido um novo recorde. Um avião cruzou os Estados Unidos lateralmente, partindo de São Francisco indo até Nova York em aproximadamente 2 meses de vôo. Esse avião é especial pois é movido apenas a energia solar. O protótipo Solar Impulse é movido a 12 mil células voltaicas que promovem uma velocidade máxima de apenas 70 km/h atingiu o objetivo.

A parte fantástica deste projeto é que foram desenvolvidas novas tecnologias para se alcançar esse objetivo. Uma nova bateria de lítio foi criada para aumentar a autonomia, pesando 400kg e quase um quarto do peso total da aeronave. 

Quando há sol não há problema, há geração de eletricidade. Mas, o que acontece quando o sol se vai? Alguma energia deve ser acumulado para a noite, é o mesmo problema enfrentado pelos carros elétricos. A diferença é que no caso dos carros se a bateria descarrega o carro para, você desce pega uma ônibus e volta para casa. 
E os aviões? Eles caem. Essas células servem para armazenar energia e aumentar a autonomia. 
  Por outro lado, mesmo com autonomia o tempo máximo de vôo  entre cada perna é de um dia. São duas pessoas (Berttrand Piccard e Andre Borschberg) se revezando para pilotar, dentro de um avião que não dispõe de espaço para descansar e dormir horizontalmente!!
 Nat Geo news jul 2013- Solar Impulse
O avião Solar Impulse teve a aerodinâmica estudada, as fibras de carbono das asas com as placas solares em cima foi exaustivamente testada para agüentar as variações de temperatura e as tensões devido aos ventos.
Esse vôo mostrou um caminho possível.  Voar sem emitir gás carbônico. O tempo para essa viagem é longo então isso indica que nossas viagens devam ser mais pensadas. 

Utilizar video conferência quando possível, alterar nossos hábitos é quase tão difícil quanto a tarefa que Piccard e Borschberg cumpriram. Preservar o meio ambiente necessita sempre de um grau de trabalho, de suor.

Piccard, esse do Solar Impulse, é de uma família de exploradores e cientistas. O avô criou a cabine pressurizada para balões e o batiscafo (aquela roupa de mergulho com um aquário na cabeça). O pai bateu o recorde ao descer com um batiscafo a mais de 10 km no mar. Bertrand já havia batido um recorde mundial, fez a primeira volta ao mundo em balão sem escalas.

Voltando ao início, parece que Picard, aquele do Jornada na Estrelas, deve ser mesmo um tataraneto deste aqui, que perdeu um C ao longo dos anos, seguindo a tradição familiar de explorador, indo onde nenhum homem jamais esteve.

http://www.solarimpulse.com/en/tag/across-america
http://news.nationalgeographic.com/news/energy/2012/05/pictures/120531-solar-plane-intercontinental-flight/#/13-solar-impulse-payerne_54167_600x450.jpg
http://bertrandpiccard.com/accueil?width=1030#1

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Albedo e os jardins suspensos de Chigado



A Terra é aquecida devido ao calor recebido do sol. Esse calor vem na forma de ondas eletromagnéticas. Se a maior parte dessa energia permanece por aqui o planeta esquenta, por outro lado se eles rebaterem na atmosfera ou em alguma superfície e quicarem de volta ao espaço, menos calor permanece e o aquecimento é menor.  É este balanço de energia que indica como será a temperatura e o clima por aqui. É difícil calcular, com precisão, os valores unitários que compõe este balanço, quanto fica da energia? quanto sai? quanto exatamente dos gases de efeito estufa é gerado? 
Os gases que saem das máquinas e dos motores têm a propriedade de aprisionar parte dessa energia e são chamados de gases de efeito estufa. 
Cada superfície terrestre reflete os raios solares de uma forma diferente[imagem Nat Geo maio 1998]
Cerca de 31 % da energia proveniente do sol é refletida para o espaço pelas nuvens, pelos gases da atmosfera e pela superfície da Terra. 
O quanto é refletido dos raios e é redirecionado ao espaço,  é um índice chamado Albedo. Albedo, segundo a definição do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), é a fração da radiação solar que é refletida por uma superfície ou objeto, freqüentemente expressa em porcentagem. Comparativamente, a neve apresenta um albedo maior, e assim reflete mais, do que as áreas verdes e do que a superfície dos oceanos. A Tabela abaixo lista algumas superfícies e os seus respectivos índices de reflexão.
Valores de albedo para superfícies
Tipo de superfície
albedo
Superfície do planeta
0,14-0,16
Nuvens, para todo o planeta
0,23
Neve fresca
0,8-0,9
Areia
0,4-0,6
Gramado, plantações
0,18-0,25
Floresta tropical
0,07-0,15
Superfícies de água
0,06-0,10 

Cerca de 25% da energia proveniente do sol é absorvida pela atmosfera e os 44% restantes são absorvidos pela Terra. A energia absorvida pela Terra é utilizada para o crescimento da biomassa (vida) contribuindo também para o aquecimento da crosta terrestre e para as transformações de fase da água.
A reflexão ou rebote da energia proveniente do sol passou a ser uma nova forma de se ver e entender as mudanças climáticas e tornou-se uma ferramenta para ajudar a desmontar a cilada do aquecimento global.
Nessa linha, um chines radicado na Austrália com nome de personagem de quadrinhos, teve algumas idéias inusitadas. A proposta de Hu é a de modificar o albedo local por intermédio da instalação de placas refletoras, e dessa forma, aumentar a reflexão da energia proveniente do sol. Isso diminuiria o aquecimento direto da Terra. Como nem toda a idéia é perfeita, o que ele pretende é abrir uma janela de oportunidade para aumentar a geração de CO2.  Os argumentos dessa proposta são:
ü  as florestas plantadas com o intuito de capturar o CO2 podem se incendiar ou  atingirem a maturidade ( e ai cessa o aprisionamento de carbon) sendo necessário o corte;
ü  o aquecimento da Terra é um problema de balanço de energia e não de emissão, e assim deve ser tratado.
ü uso de placas refletoras ocupa uma área 30 vezes menor do que aquela que produziria o mesmo efeito por reflorestamento. 
Hu sugere tanto a instalação de placas espalhadas pelo país como também a construção de uma estrada (com placas refletoras por exemplo de aço inoxidável). Inclusive aproveitando que a Austrália é relativamente pouco ocupada em seu interior devido a existência dos desertos de Gibson, o Great Victoria e o Sandy.
A idéia de se instalar placas refletoras no telhado dos prédios surge como uma ótima solução das grandes cidades. Pois não ocupa espaço, o que é algo precioso nessas regiões, as placas podem ser de sucata de aço inoxidável e possui um tempo de operação elevado (depende da manutenção e limpeza que serão feitas!)
Existem outras idéias visando ocupar o espaço urbano e ainda dar uma força para a natureza. Chigado foi a cidade pioneira na instalação de jardins nos telhados dos prédios. E é a cidade norte-americana com mais jardins suspensos. Há hoje mais de 350 desses espalhados pela cidade. Nos próximos anos haverá mais de 650 mil metros quadrados de área plantada dessa forma.
                                 Jardim na cobertura do Chicago's City Hall[ Nat Geo mai 2009]
 A implantação desses canteiros foi resultado de um estudo da agência de proteção ambiental dos Estados Unidos, que visava combater o aquecimento urbano e melhorar a qualidade de ar nas cidades. 
O efeito urban heat island effect ( alguma coisa como ilha de aquecimento urbano) 
ocorre devido ao aprisionamento de calor no concreto dos prédios e no 
pavimento das ruas e avenidas.

Os jardins nas coberturas dos prédios ajudam a melhorar a qualidade do ar, economiza energia pois abaixa a temperature do teto durante o verão e reduz o escoamento de águas pluviais, pois a terra absorve e restringe a saída rápida das águas da chuva.
O teto sem jardins é recoberto por uma camada escura impermeável para que numa chuva não inunde o último andar (antigamente era de pixe atualmente há outros produtos que fazem essa função mas igualmente escuros). O jardim reflete mais a energia do sol e ajuda a resfriar o ar do entorno pois rouba o calor para realizar a evapotranspiração.
O que a cidade de Chigado fez a partir do que o prefeito Richard Daley começou é fantástico e há algo, que creio, não possa ser medido que é a satisfação das pessoas estarem próximas ao verde e as árvores mesmo estando no meio de uma cidade. A idéia de Hu parece uma saída mecânica do problema, o que não é nenhum problema mas acho que as pessoas irão preferir subir a cobertura dos prédios para verem verde e não placas de aços inox.

 Como sempre seguem algumas fontes: IPCC. Apresenta dados a respeito de mudanças climáticas e impactos ambientais. Disponível em <www.IPCC.org> em Climate Change 2001: Impacts, Adaptation and Vulnerability , cap.1. Acesso: em 28 abr. 2003.
 HU, E. CO2 credit or energy credit in emission trading? Energy Policy,v.30, p.263-265, 2002.
www.cityofchicago.org
www.gardeninggonewild.com